Que desconexão é essa? (jun.2005)
Gabriel Toueg visita os assentamentos judaicos na Faixa de Gaza, marcados para serem entregues à Autoridade Palestina, e encontra perplexidade, esperança e dúvidas. E histórias de pessoas comuns, levadas por sonhos religiosos ou pela ambição dos políticos.
Mas Jerusalém é hoje o centro de problemas políticos que ameaçam empanar suas conquistas urbanas. O prefeito Kollek é sábio quando corajosamente aponta, como fez no tributo ao seu aniversário (de 80 anos) no Knesset, que Israel está errado em tentar aferrar-se aos territórios ocupados e governar mais de 1,5 milhão de árabes. "Isso só pode terminar mal", disse Kollek: "ou deixaremos de ser um Estado judeu ou deixaremos de ser uma democracia". Ele está bastante descontente com o clima político em sua cidade, que tem tido um efeito tão deletério sobre as vidas e condições de vida de todos. É uma tragédia que os visitantes sejam advertidos para não caminhar mais pela Cidade Velha; e a persistência da intifada significa que a cidade que em teoria é única tornou-se novamente agora um lugar dividido.
O trecho acima não é recente. Quando o ex-prefeito de Jerusalém Teddy Kollek comemorou seus 80 anos, a administração da cidade foi tema de um texto publicado no Financial Times londrino e republicado, em 18 de junho de 1991, no Brasil, pela Gazeta Mercantil. Embora não seja recente, é atual. Era época de intifada, a primeira, e hoje a cidade e o país vivem a segunda versão do levante palestino — mais violento e com mais vítimas dos dois lados. O que Kollek indicava em 1991 está novamente em pauta: Israel deve deixar de querer governar os territórios palestinos e muito mais de um milhão e meio de árabes que vivem nestes lugares.
Em linhas gerais, o plano de desconexão do primeiro-ministro Ariel Sharon trata exatamente disto. Ele quer desmantelar todos os 21 assentamentos judaicos existentes na Faixa de Gaza, onde vivem 8,5 mil judeus em meio a uma multidão de árabes. O plano foi aprovado no início do ano pela Knesset, o Parlamento israelense, e deve ser levado a cabo no verão do hemifério norte, a partir da metade de 2005. A previsão é que comece em 15 de agosto. Além de Gush Katif, hebraico para "bloco da colheita", que reúne a totalidade dos ishuvim* em que vivem judeus na pequena faixa de terra na orla do Mediterrâneo, quatro outros assentamentos, no norte da Cisjordânia, terão de ser desativados, com prazo ainda indeterminado. De qualquer forma, a ideia é ter o plano concluído até o final do ano.
De acordo com o governo israelense, a decisão de uma retirada unilateral vem em resposta à falta de um parceiro confiável com quem Israel possa negociar qualquer acordo e dar continuidade ao processo de paz. Segundo o documento que detalha a proposta, prevê-se, ao menos a longo prazo, o estabelecimento de uma melhor situação de segurança. Espera-se que a remoção das famílias judias da Faixa de Gaza e do norte da Cisjordânia reduza os atritos com a população palestina desses locais. "A esperança é a de que os palestinos aproveitem a oportunidade criada pela desconexão, rompendo o ciclo de violência e voltando ao diálogo", aposta o plano.
A percepção de que Israel não deve se aferrar aos territórios não é apenas política. Também entre as populações israelense e palestina existe tal sensação. De acordo com um documento divulgado recentemente, com o título "Impressões e percepções mútuas", resultado de um estudo conduzido pelo professor Efraim Yaar, da Universidade de Tel Aviv, 52,5% dos israelenses e 38,7% dos palestinos apoiam a fórmula de "dois Estados para dois povos". O número se reflete no imenso apoio popular, entre israelenses, ao plano de saída dos assentamentos da Faixa de Gaza.
A história de Gush Katif, que nos últimos meses tem estado presente com enorme frequência no noticiário israelense, é a história de 8,5 mil indivíduos que ali construíram suas vidas. Muitos estão assentados ali há mais de três décadas. É verdade, também, que alguns se mudaram penas algumas semanas depois de o plano ser aprovado pela Knesset, como forma de se posicionar contra a desconexão e a favor da manutenção do bloco em mãos israelenses. Cada família tem histórias no local, como qualquer pessoa em qualquer outro lugar tem com os locais em que já viveu.
De acordo com a decisão democrática, as histórias de Gush Katif terão de ser deixadas para trás. Os colonos, entretanto — a maioria deles ortodoxa — , não acreditam que a desconexão de fato acontecerá.
Os primos Nurit Abramovicz, 25 anos, e Yoni Gurevitz, 20, estão em Gush Katif há menos de dois anos. Gurevitz nasceu em Israel, mas é filho de brasileiros vindos de São Paulo, que hoje vivem em Rehovot, cidade próxima a Tel Aviv, para onde ele viaja a cada três semanas. Nurit nasceu no Brasil e chegou com dois anos em Israel. Os dois fizeram a mudança para Netzarim, um dos mais religiosos entre os assentamentos, quando já se falava na retirada. Dizem que ali encontraram pessoas acolhedoras e um local tranquilo — embora a tranquilidade, relativa, seja garantida graças a uma pesada e cara presença militar nos assentamentos. Netzarim é o ishuv* mais isolado de Gush Katif, com um acesso único, no qual automóveis de passeio são proibidos de circular — apenas ônibus blindados e veículos do Exército.
Gurevitz estuda em uma yeshivá (escola talmúdica para rapazes) e comenta que, por lá, a opinião é de que o plano não será implementado. “Não costumamos ouvir notícias, mas temos certeza de que não vai acontecer”, diz, com a convicção que costuma acompanhar a fé. Neta de um sobrevivente do Holocausto, Nurit é professora de arte e religião em Netzarim e em Petach Tikva, cidade também próxima a Tel Aviv em que vivem seus pais, brasileiros do Rio de Janeiro que emigraram para Israel em 1982. Com um fortíssimo sotaque hebraico em seu português, ela diz rezar para que não precise sair de Gush Katif. Ela mudou-se em outubro de 2004, mas conta que vinha tentando ser aceita no assentamento havia dois anos. “Não havia trabalho aqui antes”, explica.
Em determinada medida, os dois têm sorte. Quando o plano for aplicado, eles poderão voltar para a casa dos pais sem muitos traumas, já que vivem no assentamento há tão pouco tempo. Nurit mora num quarto sublocado da casa de uma família que conhece há quatro anos — e a quem ela ajuda em pequenos serviços domésticos. O primo dorme na yeshivá onde estuda e já tem planos de ir para o Exército dentro de um ano. Mas esse não é o caso de famílias que estão há mais tempo no local, como a de Ruth Pinsky, 50 anos. Ela, o marido e quatro dos seis filhos, três homens e três mulheres entre 12 e 29 anos, vivem em Ganei Tal desde que o assentamento foi fundado, em 1979.
Ela diz não ter planos de sair de Gush Katif e acredita que Deus vai impedir o projeto de desmantelar as colônias como a que ela mora. Ruth trabalha como secretária no setor de Educação do Conselho Regional de Gaza, órgão administrativo dos 21 assentamentos judaicos na Faixa de Gaza. Quando veio para Israel, também do Rio de Janeiro, foi viver em Petach Tikva, onde se casou com um judeu estadunidense. "Nós nos mudamos para cá porque queríamos ser agricultores e havia aqui uma oportunidade de construir uma comunidade", conta.
Como Ruth, uma outra brasileira, que preferiu ficar anônima, construiu ali a sua casa e a história de sua família — o marido, um israelense de Tel Aviv, e sete filhos. Ela também acredita que vai haver uma "reviravolta que vai vir lá de cima" para evitar que o plano seja colocado em prática. Yara (nome fictício) vive em Israel há 17 anos, 13 dos quais em Neve Dkalim, o maior dos assentamentos de Gush Katif, com cerca de 500 famílias. Ela acusa o governo de traição: "Viemos para cá porque o país precisava de gente aqui. Os que querem nos tirar são os mesmos que nos puseram".
Ela ainda diz que, "de propósito", o Exército não os protege, referindo-se ao número de bombas e morteiros que atingiram os assentamentos — segundo o Conselho Regional de Gaza, o mesmo em que Ruth trabalha, foram mais de 5 mil desde setembro de 2000, quando a atual intifada começou. "Eles estão interessados em que tenhamos medo e saiamos daqui". Em função da sensação de insegurança, Yara conta que uma amiga israelense decidiu sair de Gush Katif semanas após a aprovação dos pais e mudou-se para Beersheva, cidade na "entrada" do deserto do Negev, no sul do país, distante cerca de 50 minutos do assentamento.
Yara, que trabalha com artesanato, pintou o quarto dos filhos, que têm entre 2 e 12 anos, com temas infantis. Embora diga que o assunto "desconexão" não seja muito discutido em casa, ela conta que, cerca vez, uma das crianças perguntou: "Mãe, os árabes vão morar no quarto do Bambi?" Ao contrário do que poderia ser esperado de um governo de direita, o plano de Sharon prevê que todas as casas de Gush Katif serão mantidas e entregues à Autoridade Nacional Palestina (ANP), que fará a distribuição das residências da forma que desejar. Os 88 edifícios de importância religiosa, contudo, como sinagogas e cemitérios, serão removidos e instalados em outros locais.
Além de deixar as casas intactas, Israel pretende também passar às mãos da ANP a infraestrutura completa dos assentamentos, o que inclui aparatos de agricultura, como estufas usadas nas plantações, e redes de água, esgoto, eletricidade e telecomunicações, serviços cujo fornecimento seguirá sendo feito pelo país. O plano também prevê que o combustível também será repassado por Israel aos palestinos da Faixa de Gaza.
Tragédias
Histórias de Gush Katif, não raro, incluem tragédias. No ano 2000, início do atual levante palestino, três dos cinco filhos da israelense Noga Cohen, 36 anos, estavam num ônibus escolar saindo de Kfar Darom, assentamento em que ainda vivem. Morteiros atingiram o veículo, ferindo os passageiros e matando dois adultos. As três crianças de Noga perderam membros: duas ficaram sem uma perna, a terceira perdeu as duas. O atentado contra as crianças foi tema de diversas reportagens na época — que a mãe coleciona num fichário e mostra no gramado de sua casa.
Vestida como manda a tradição judaica ortodoxa, Noga recebeu, em abril, um grupo de jornalistas estrangeiros no quintal de sua casa, local tranquilo e com muito verde em Kfar Darom. Ela relata que o assentamento fazia fronteira com uma vila árabe e que ela mesma costumava, na época do ataque contra o ônibus, jogar doces para as crianças palestinas. Na entrevista, ela também disse se sentir traída pelo governo, em que ela mesma votou, como muitos dos vizinhos. "Espero que Sharon abra os olhos, ele mesmo que nos incentivou a vir pra cá", diz. Noga vivia em Jerusalém antes de se mudar, em 1993, para o assentamento em Gush Katif.
Eva Starqman Dolinger, 44 anos, veio do Brasil para Israel com os pais em 1972, quanto tinha 11. Desde então, conta, nunca voltou, mas diz ter vivos na memória o cheiro do mar e o sabor da comida — "a feijoada, a mandioca…". A família foi viver na cidade de Holon, ao sul de Tel Aviv, onde Eva conheceria o marido, israelense. Eles se casaram em 1980, nove anos antes de se mudarem para Slav, um dos menores ishuvim de Gush Katif, hoje com apenas 18 famílias. Eva e o marido estiveram, em 1989, entre os fundadores do assentamento, que fica no extremo sul da Faixa de Gaza, perto da fronteira com o Egito. "Dormíamos em casas de metal pré-fabricadas", relembra.
Desde então, dedicam-se à agricultura. Três anos atrás, seu companheiro, então com 43 anos, foi assassinado por um funcionário árabe. Eva conta a história com a dificuldade de expressar em português as palavras exata, embora o sotaque carioca não esconda de onde ela vem. Certa manhã, o marido recebeu um telefonema do funcionário, novo no trabalho, perguntando se o chefe poderia buscá-lo porque ele não se sentia bem. Sem saber que tratava-se de uma armadilha, o homem foi.
Mesmo sendo, como ela diz, "mãe e pai", Eva tem a maior família de Slav — ela e seis ilhos, com idades entre 9 e 23 anos. Ela trabalha numa espécie de central de emergências, que atende a casos que vão desde pequenos acidentes de trânsito até atentados terroristas em todos os assentamentos de Gush Katif. "Também sei dirigir ambulância", conta. É o que ela pretende seguir fazendo. "Não tenho planos [para depois da desconexão]. Vou continuar a vida, continuar trabalhando", diz.
Em geral, "seguir a vida" parece ser a fórmula pronta para responder o que pretendem os colonos, apesar do plano, apesar da morte de parentes e conhecidos, apesar de ter filhos feridos como resultado de uma presença incômoda em lugar a que aferrar-se de tal forma só a religião explica. Hanan Wizner, 47 anos, e a segunda de seus 11 filhos, Hana Kalner, 21, são exemplo disso. Eles vivem em Netzarim, são ortodoxos e acreditam que a Terra de Israel é uma terra especial dada a um povo especial. E que isso inclui a Faixa de Gaza. "Voltamos para a terra que foi dada ao povo judeu e daqui não sairemos", diz um Wizner um tanto iroso.
O avô de Hana, então com 80 anos, visitava Netzarim no feriado de Pessach de 2004 quando foi morto por terroristas diante da mesma sinagoga em que a jovem se casou, mais recentemente. Ela exibe um sorriso tímido diante dos jornalistas enquanto ouve o pai contar a trágica história. Uma tia dela também foi morta quanto um morteiro a atingiu, em outubro do ano passado. Com apenas 24 anos, a mulher morava havia quatro meses em Netzarim. Ainda assim, pai e filha se dizem bem e em casa. "Não exista nada mais natural do que a casa de um indivíduo, a terra dele", ela afirma.
O pai garante que ninguém ali vai agir violentamente para evitar o desmantelamento do local. "Se os soldados vierem aos portões de Gush Katif, vou entender que minha missão acabou Vou ficar com o coração partido, mas vou seguir minha vida. Não posso usar violência contra judeus, o povo de Israel é de paz e odeia a guerra". Apesar da promessa de não violência de Wizner, desde que o plano de desconexão foi aprovado o primeiro-ministro Sharon e muitos membros do governo têm recebido ameaças de morte, o que tem provocado uma tensão muito parecida à de dez anos atrás, quanto o então premiê, Itzhak Rabin, foi morto por um judeu de extrema-direita depois de assinar um acordo de paz com os palestinos.
No ano que vem, em Gush Katif
Todo ano, em Pessach, judeus de todo o mundo se voltam para a cidade mais importante do judaísmo e entoam a frase "No ano que vem, em Jerusalém", em referência à volta do povo judeu para Israel. Na casa de Abraão (nome fictício), 69 anos, e sua esposa, não foi diferente. Os dois vivem em Israel há seis anos, mas há pelo menos vinte, como ele conta, já queriam vir para o país. E desde que chegaram, vindos do bairro paulistano do Bom Retiro, vivem em Gush Katif, no mesmo assentamento da filha, Yara, cujo filho quis saber quem ficaria no "quarto do Bambi". Segundo Abraão, ali em Neve Dkalim não se sabe nada sobre o plano de Sharon. "As chadashot (notícias) são uma coisa, a realidade é outra", afirma.
O homem diz que veio para Israel — e para Neve Dkalim — por Yara, embora tenha outra filha em São Paulo. Ele trabalha, "quando pode", pela idade e quando há trabalho, como explica, numa fábrica de sucos. "Aqui pelo menos tenho um emprego, apesar da minha idade. Se fosse na cidade grande, talvez não conseguisse", afirma, em referência a locais maiores em Israel. Ele defende com argumentos diferentes a ideia de permanecer em Gush Katif: "É um lugar silencioso e tranquilo, sem trânsito e com boa vizinhança. Além disso, é uma oportunidade de ficar perto dos meus netos".
Embora muitos colonos ainda acreditem que não haverá necessidade real de sair de Gush Katif, alguns grupos já negociam com o governo acordos para depois da retirada. É o caso das 22 famílias de Pe'at Sadê, fundado em 1989 e localizado ao sul da Faixa de Gaza, perto de Slav. As famílias concordaram sair em grupo com destino a um povoado que fica ao sul de Ashkelon, cidade litorânea perto da atual fronteira de Erez, no norte da faixa. Iris Chemo, mãe de quatro crianças, que têm entre seis meses e 13 anos, mora no assentamento e diz que, apesar do acordo, ainda espera que ela e os vizinhos não precisem sair.
"Ofereceram-nos um lugar, não uma casa", diz Iris, com a filha mais nova no colo, reclamando da indenização de cerca de 170 mil dólares que cada família receberá pela saída — insuficiente, segundo ela, para reconstruir o que deixarão em Gush Katif. "Nós merecemos uma vida em paz de novo. Quero apenas aquilo que conquistei aqui, nada mais". De acordo com ela, as famílias só sairão se for em conjunto. A maioria dos colonos de Pe'at Sadê, como é o caso de grande parte dos moradores de Gush Katif, se dedica à agricultura, Neste assentamento, plantam tomates-cereja exportados para a Europa.
A condição
Embora o plano esteja aprovado e já tenha data para começar e acabar, ainda depende de um detalhe. Em meados de julho, acontecerão eleições legislativas na Autoridade Nacional Palestina. Existe o temor de que o grupo terrorista Hamas, que saiu fortalecido das votações municipais de abril, vença o pleito — e, uma vez no poder, aja contra Israel, tirando proveito do plano. O grupo ganhou o controle da maior parte das cidades palestinas da Faixa de Gaza nas eleições regionais, obtendo mais influência do que a Fatah, organização fundamentalista encabeçada pelo lider da ANP, Mahmoud Abbas.
De uma forma ou de outra, e apesar de pressões mesmo dentro do governo, o primeiro-ministro Ariel Sharon já anunciou que, com ou sem o Hamas no poder, o plano irá adiante. A resistência vem por exemplo do ministro de Exterior de Sharon, Silvan Shalom, que chegou a sugerir a necessidade de cancelar o plano se o grupo terrorista vencer em julho. Em março, o Hamas concordou com um trégua provisória com Israel. A ver.
Para cada um dos 8,5 mil colonos de Gush Katif, a desconexão tem um peso, um sabor. O consenso entre os mais religiosos é a fé em que o plano não será implementado, por milagre ou intervenção de algum tipo. Os mais realistas entendem o significado da decisão e já buscam alternativas — acordo com o governo ou até uma busca imobiliária em outros locais, dentro das fronteiras reconhecidas de Israel, para recomeçar a vida. Na prática, uma coisa é certa: depois do fim do ano, nenhum dos 8,5 mil poderá seguir em Gush Katif, que um colono descreveu como "local sem igual". É, como parte das cidades gazeanas, banhado pelas águas do Mediterrâneo e entre areias da praia e do deserto. Nada disso falta dentro do mapa de Israel. O desenrolar e o resultado do plano são coisas difíceis de prever. A ver.
[Texto publicado originalmente na versão impressa da Revista Dezoito, já descontinuada, em seu número 12, de jun./set./ago.2005, ano III]
Nota: o texto acima teve sua ortografia atualizada para aquela adotada pelo Brasil e pelos países da CPLP em 2009, após a publicação desta reportagem. As imagens reproduzidas acima foram escaneadas da versão impressa da matéria, por isso têm baixa qualidade quando ampliadas. A diagramação não reproduz a que foi adotada na versão original.
(*) Ishuv significa "assentamento", em hebraico. Ishuvim é o plural.